terça-feira, 14 de julho de 2009

Rota do Mar e das Montanhas

Essa foi a minha viagem mais dura de todas. Escalei a região serrana do Espírito Santo, de Vitória até Guaçuí, em 20 de março de 2008.
Saí às 6h25min de casa, e passando por Jardim América passei na casa do meu primo Juliano para fazer uma visita para a galera, só que só estava ele em casa, o resto do pessoal estava em Anchieta. Conversei um pouco e parti. Segui pela BR-101 até Viana e depois peguei a BR-262 subindo, subindo... Antes de fazer esta viagem eu já tinha ido até a Cascata do Galo em Domingos Martins há pouco tempo, então deu para experimentar a subida. Então eu já estava com o espírito preparado para a subida, mas subida é subida, e mesmo já conhecendo foi difícil. Ainda bem que estava com o meu anabolizante (mp5 com músicas bem agitadas) em mãos, que me ajudou muito, ainda mais na subida do Vista Linda. Quando cheguei ao Vista Linda tive uma recompensa, tomei 02 águas-de-coco de graça na beira da pista. Que delícia! Passei pelo trevo de Domingos Martins, Marechal Floriano, também conhecida como a "Cidade das Orquídeas", e no Posto do Café eu entrei para Matilde. A estrada para Matilde é super tranquila, bem bonita e com muita mata. Cheguei a Matilde era 13h45min. Hospedei-me na Pousada Picoli da dona Áurea, que oferecia uma refeição na estadia, pessoa muito simpática e agradável. Logo que cheguei já fui conhecer as cachoeiras de Matilde e o túnel. Conheci a Cachoeirinha e a Cachoeira de cima. Para se chegar as cachoeiras você passa pela E. F. Leopoldina e pela Estação de Matilde, inaugurada em 1902, patrimônio tombado pelo Estado. Para chegar ao Túnel de Matilde ou Túnel dos escravos, construído em 1895 com cerca de 100 m de extensão e 65 degraus por onde correm às águas do rio, eu fiquei perdido, não é muito visível o acesso, e quando achei já estava quase escurecendo. Desci com uma lanterna, e o horário que fui já estava escuro, é assombroso o túnel. Não tive coragem de voltar, subi pelo terreno ao lado. Voltei para a vila, tomei meu banho e fui jantar. Às 21h já estava pronto para dormir.
Dados técnicos: Km: 95,53 Av: 16,1 km/h, Max: 57,6 km/h e Tm: 05h55min24seg.
Levantei cedo, tomei café na dona Áurea e fui à Cachoeira Grande, com 68 m de queda livre, são 30 min. de caminhada até a entrada da cachoeira e mais uns 200 m até a cachoeira. Tomei banho debaixo da cachoeira, somente com o spray da queda d'água. Na volta passei pela prainha, que já estava cheia de gente, tomei mais um banho na água gelada. Depois fui conhecer a Pousada Oiutrem, que também tem uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, e os proprietários me cederam umas mudas de Palmito Jussara, que iria plantar pelas cidades por onde passasse.Saí de Matilde às 12h35min e segui pela estrada de chão para São Bento de Urânia, muito morro, me falaram que economizaria trecho e fui enganado, além de não economizar muito trecho eu tive que subir um monte de morro, só valeu à pena pela paisagem e o ar puro das matas. Ao chegar novamente na BR-262 para ir para Venda Nova fiquei um pouco apreensivo devido ao horário, pois já estava tarde e estava com receio de escurecer e eu ainda estar na estrada. Nada que muita determinação e meta não resolvam, comecei a imprimir um ritmo mais forte e cheguei a Venda Nova do Imigrante antes de anoitecer às 17h55min. Hospedei-me no Alpes Hotel, muito bom, peguei até uma sauna. Dei uma volta na cidade e assisti a Encenação da Paixão de Cristo, depois retornei para o hotel, jantei e fui dormir às 22h30min.
Dados técnicos: Km: 65,55 Av: 14,9 km/h, Max: 64,4 km/h e Tm: 04h23min47seg.
Levantei cedo novamente, tomei um super café e fui fazer a conscientização ecológica, projeto que estou tentando desenvolver de "Plante uma árvore", com o plantio de árvores pelas cidades onde passo, com as mudas de Palmito Jussara cedidas pelo OIA (Oiutrem Instituto Ambiental). Dever cumprido, fui me arrumar para seguir viagem. Saí de Venda Nova às 10h15min, os morros a partir daqui são mais amenos, não dando muita dificuldade, nesse trecho a BR é muito perigosa, sem acostamento e sem espaço nenhum, passei foi aperto. A princípio iria ficar em Ibatiba, só que cheguei lá às 13h30min e a cidade não é muito aconchegante, resolvi ir direto para Iúna. A estrada é muito agradável e tranquila, sem muitos perigos para os ciclistas. Cheguei era 15h20min, com direito a errada de caminho. Hospedei-me no Hotel São Judas Tadeu, e depois saí para dar uma volta na cidade e conhecer os restaurantes. Passei no supermercado, comprei um gatorade e um chocolate. Às 20h fui à Pizzaria Carretão e pedi uma pizza grande. No retorno para o hotel eu conversei com o Adriano, recepcionista do hotel, que também pedala e ele me deu umas dicas de lugares para conhecer em Ibitirama. Fui dormir às 21h30min.
Dados técnicos: Km: 78,50 Av: 17,9 km/h, Max: 65,8 km/h e Tm: 04h22min07seg.
Acordei às 05h50min, tomei meu café da manhã e às 07h fui fazer a conscientização ecológica, plantei novas mudas de palmito Jussara no jardim da Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Iúna. Segui para Ibitirama às 08h30min, e com a dica do Adriano para conhecer a Cachoeira da Fumaça em Alegre que ficava a uns 5 km fora da estrada, não tinha certeza se iria na cachoeira. Ibitirama é conhecida como a "Cidade das Cachoeiras" e realmente você cachoeiras e mais cachoeiras beirando a estrada, muito legal. Quando cheguei na entrada para a estrada da Cachoeira da Fumaça resolvi ir, e não me arrependi, aliás, fiquei super feliz de ter ido, pois a dica foi ótima. A cachoeira é um espetáculo. Aproveitei para fazer a pausa para o almoço, e lembram da pizza do dia anterior, como sobrou um pedaço carreguei comigo na viagem e estava uma delícia, quem nunca comeu pizza do dia anterior? Acabado de almoçar, novamente fiz a conscientização ecológica neste paraíso, plantei umas 03 mudas de palmito Jussara nas margens da cachoeira. Gostaria de voltar aqui e ver que as árvores já estão grandes, e que meu trabalho valeu à pena. A descida foi muito boa, mas em compensação a subida foi tensa. Cheguei em Celina e logo depois estava já em Guaçuí, cheguei às 14h55min. Fui conhecer o Cristo Redentor de Guaçuí e depois fui para a rodoviária comprar minha passagem para Vitória, tinha um ônibus que saía às 16h50min. Aproveitei para ir numa pensão e perguntar se tinha como tomar um banho, a senhora liberou e paguei R$ 3,00. Fui para a rodoviária aguardar o horário do ônibus sair e no embarque, o motorista começou a colocar empecilho para guardar a Luize, arrumei logo um problema e no final das contas ele embarcou a Luize. No final das contas eu pedi desculpas para o motorista pela exaltação nos ânimos, o que me rendeu que não precisei pagar o excesso de bagagem da Luize. Esse negócio de excesso de bagagem para as bikes não é certo. E até Vitória foram 05 horas de buzão. Quando cheguei em Vitória peguei um táxi até em casa, não que eu não pudesse ir, mas por que já estava cansado e para aproveitar que o patrocinador SPASSU estava pagando as despesas. Bem pessoal essa viagem foi maravilhosa, muito ar puro, cachoeiras, matas virgens e morros, muitos morros. Como dizem os mais experientes, não há felicidade e satisfação sem um pouco de sacrifício.
Dados técnicos: Km: 84,06 Av: 16,6 km/h, Max: 67,3 km/h e Tm: 05h02min15seg.

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